Synopsis
O contexto destes episódios é a resistência activa à tomada do poder por Filipe II pelos concelhos de Bragança e Chaves, entre 1580 e 1581. Filipe II dera instruções aos seus fronteiros na Galiza e em Leão para prepararem contingentes armados para controlar as terras do Norte de Portugal. Temia-se as cumplicidades locais que D. António e os seus apaniguados aí poderiam encontrar. A ordem do monarca concretizou-se em 24 de julho de 1580 e em outubro de 1580, quando tropas de Filipe II entraram em Bragança e em Chaves, exigindo que os poderes locais se declarassem por ele. Em Bragança, enfrentaram a reacção dos “amigos y criados del duque em compañia de los juezes, alcayde y capitan de la cyudad con otros allegados suius” para impedirem a reunião de câmara e desencadearem depois “publico motin”, indo para a praça com armas decididos a enfrentar a parcialidade afecta a Filipe II. O resultado foi a ocupação das terras do duque de Bragança pelas forças dos fronteiros que rapidamente substituíram os insubmissos oficiais locais. Pouco depois destes eventos, os duques declararam a sua obediência a Filipe de Habsburgo e reiteraram-na depois nas cortes de Tomar. Mantiveram, entretanto, uma ativa correspondência com os ministros de Filipe II a insistir no agravo que representava a manutenção das tropas castelhanas nas suas terras. Estas acabaram por sair, repondo a normalidade jurisdicional, mas apenas em finais de 1582, ou seja, bastante depois da entronização de Filipe II como D. Filipe I de Portugal.
Leader(s)
- Unknown
Further reading
- ALVES, Francisco Manuel (Abade de Baçal) (2000). Bragança. Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança, t. VIII, No Arquivo de Simancas. A Resatauração de 1640 no arquivo de Bragança, Ed. Câmara Municipal de Bragança/IPM – Museu do Abade de Baçal. CUNHA, Mafalda Soares da (2012). “Entre a violência e a negociação. A tomada de voz e obediência a Filipe II em terras do duque de Bragança”, in A. Garrido, L.F. Costa, L. M. Duarte (orgs), Economia, Instituições e Império. Estudos em Homenagem a Joaquim Romero Magalhães. Coimbra: Almedina: 199-214.