Synopsis
Como explicou para tantas outras partes de Portugal, António de Oliveira considerou que a causa principal dos levantamentos ocorridos em várias terras das comarcas de Santarém, Setúbal e Tomar, em 1637, foi a recusa à fiscalidade acrescida do real d’água e da quarta parte das sisas. Em 9 de Setembro desse ano, o corregedor de Santarém informou sobre o levantamento do povo de Montargil, a 18 desse mês Coruche, em 6 de Outubro foi a vez da Chamusca e da Erra. Sobre a Golegã quem informou foi o seu juiz de fora por carta de 10 de Outubro, embora noticiasse que as inquietações tinham tido lugar na noite de 2 para 3. Seguiram cartas informando a redução de Montargil, Coruche, Chamusca, Erra (esta ainda só como hipótese) em 9 de Janeiro de 1638 e em 16, o juiz de fora relatava que a acalmia chegara à Golegã e que já se cobrara aí o real d’água e a quarta parte da sisa do ano de 1637. Informava ainda que já “tinha posto um olheiro , enquanto o provedor da comarca não ia lançar a sisa”. Comum a muitas destas inquietações foi a queima dos cartórios. O tempo dos levantamentos não foi muito longo e os sublevados foram sobretudo populares, com alguns clérigos como mentores encobertos.
Leader(s)
- Unknown
Further reading
- MAGALHÃES, Joaquim Romero (1972). “Os motins da fome (1637)”. Biblos, 52: 319-333. OLIVEIRA, António de (2002). Movimentos Sociais e Poder em Portugal no século XVII. Coimbra: Instituto de História Económica e Social – Faculdade de Letras, pp. 423-447.