António de Oliveira de Azevedo, fidalgo da casa real, foi mandado à cidade de Beja levantar soldados para a armada que iria socorrer o Brasil. Alguns soldados, “movidos de inveja, ou de outra paixão particular” e mais gente fizeram uma assuada para impedirem o dito fidalgo de fazer a leva de gente. Atravessaram-se-lhe no caminho e assaltaram os soldados já recrutados e “os feriram e acutilaram” sem mais. Tal quebra na ordem obrigou a extrair-se um auto, ao qual se fez depois devassa. Um parente dos agressores, um tal Luís de Melo, dado como instigador dos distúrbios, e mais parciais juntaram-se na praça da cidade e decidiram dar “matracas” à casa do referido fidalgo. O momento foi escolhido para aproveitarem a ausência do fidalgo, sabendo que aí estaria apenas a sua mulher. Lançaram-lhe “palavras muito feias, e de grande desonra, dizendo que não haviam de consentir levantar a dita gente”. Querendo punir exemplarmente o sucedido o rei, em carta de 19/09/1631, mandou a Junta da Fazenda investigar e proceder com a demonstração do castigo que tal comportamento merecia. Embora o assunto pareça resultar de rivalidades pessoais, a verdade é que o levantamento de homens para o exército era sempre um assunto sensível, especialmente onde se sentia a falta de mãos. Resistências ao recrutamento de tropas são fenómenos bastante comuns em outras partes da Monarquia Hispânica. Mas também sinalizariam algum desinteresse dos meios locais pela defesa de territórios distantes.