ENCYCLOPAEDIA of Rebellions

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Enslaved uprising of Engenho de Santana 1789

Synopsis
O engenho de Santana, em Ilhéus, era uma das principais fazendas açucareiras da Bahia. Antiga propriedade dos jesuítas, confiscada para a coroa em 1759, aquando da extinção daquela ordem religiosa, havia sido adquirida em 1770 por Manoel da Silva Ferreira. Tinha um enorme plantel de escravos de ascendência africana, cerca de 300, muitos deles crioulos, isto é, nascidos já no engenho. Em 1789, alguns desses escravos, em número indeterminado, promoveram um levantamento, paralisaram o trabalho, mataram o feitor e refugiaram-se nas florestas do entorno, onde constituíram um mocambo. A rebelião terá provocado a quase paralização da atividade do engenho durante dois anos. Mas o que mais singulariza esta revolta é o facto de os amotinados terem enviado ao proprietário um denominado “tratado de paz”, documento que, pela sua raridade, tem sido objeto de incontáveis análises e interpretações historiográficas. Na verdade, o “tratado” era um enunciado de reivindicações cujo cumprimento seria a condição para voltarem ao engenho e retomarem o trabalho. Essas reivindicações incluíam sobretudo a melhoria das condições de trabalho, de vida, de festa e de trechos de uma atividade económica própria. Fingindo aceitar as condições, o proprietário conseguiu que parte dos rebelados regressassem das matas, aproveitando a ocasião para mandar prender aqueles que considerou serem os principais culpados. Entre eles estava o líder da revolta, Gregório Luis, que ficaria na prisão em Salvador até 1806. Outros 15 escravos foram vendidos para o Maranhão.
Additional info

Starting date: . Ending: . Duration: 2 years. Name in sources: Levante de escravos do engenho de Santana. Location: Ilhéus, Captaincy of Bahia Country (current): Brazil. Monarchy: Portuguese. Main participants: Enslaved. Number of participants: 100-250. Main reasons & motivations: Labour conditions. Leadership: Gregório Luís. Relevance: low.

Further reading
PINTO, Andrey Soares (2020). Revolta, Negociação e Autoridade: O levante dos escravos do Engenho Santana, Ilhéus, 1789. Brasília: Universidade de Brasília, PPGH (Master diss.). REIS, João José; SILVA, Eduardo (1989). Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras. SCHWARTZ, Stuart (1977). “Resistance and accommodation in eighteenth-century Brazil: the slaves’ view of slavery”, Hispanic American Historical Review, 57 (1), 69-81.
Cite this entry

(2023) "Enslaved uprising of Engenho de Santana 1789", in J. V. Serrão and M. S. Cunha (coord), Rebellions in the Early Modern Iberian World. (accessed on ).