Durante vários dias no início de 1814, muitos escravizados abandonaram Salvador e se aquilombaram nos arredores. No dia 28 de fevereiro, cerca de 250 rebeldes começaram por atacar as armações de pesca de baleias em praias ao norte da cidade, assim como outros bens e a própria vila de Itapuã, onde mataram moradores e incendiaram casas. Depois marcharam rumo ao Recôncavo, incendiando mais casas e plantações. Nunca alcançariam a região dos engenhos, onde estava concentrada a população escravizada da Bahia que também pretendiam sublevar. Nas margens do Rio de Joanes, os rebeldes foram barrados por homens da milícia da Casa da Torre e moradores locais. Lutaram bem, dando vivas a seu “rei” e “morra brancos e mulatos”. Combatiam apenas com armas brancas, arcos e flechas. Alguns montavam cavalos apanhados nas fazendas atacadas. Eram armas e formas de combate comuns na parte da África de onde tinham vindo, sendo na sua maioria haussás. Acabaram derrotados. A batalha final no Joanes durou menos de uma hora, mas a revolta, contando desde o início, durou entre oito e nove horas, e foi uma das mais longas das mais de 20 acontecidas na Bahia na primeira metade do século XIX. Os escravos rebeldes foram derrotados e a repressão foi dura: 58 morreram em combate, quatro foram condenados à morte e enforcados, outros punidos com penas de açoite e 23 foram deportados para a África portuguesa. Cerca duas dezenas morreram nas prisões e outros teriam se “suicidado”.