Este conflito ocorreu em Paredes da Beira em inícios de maio de 1692. A história consta da petição de perdão de duas mulheres viúvas implicadas no motim. Eram naturais dessa vila e alegavam serem rústicas, pobres e miseráveis. Foram presas e depois condenadas na Relação do Porto, a sair em baraço, pregão e açoites pelas ruas públicas. Estavam presas há 3 anos e pediam comutação da pena de açoites. O motim opôs partidários das facções de um antigo e de um recém-nomeado capitão-mor de ordenanças. Alertado para o conflito na vila, o governador das armas da Beira, mandou buscar o anterior capitão-mor, sob prisão. O desacato começara com a chegada do auditor-geral da gente de guerra da Província da Beira para prender António de Paiva, o velho, antigo capitão-mor da vila. O som do sino provocou ajuntamento grande, sobretudo de mulheres, que resistiram. Quando o preso ficou à guarda do alferes, os amotinados atiraram-lhe pedradas. António de Paiva o moço e sua irmã, Maria de Paiva, filhos do anterior capitão-mor, foram acusados. Dizia-se que ela fora a principal causadora do motim, pois gritara que a acudissem, o que atraiu muita gente. Ele viera com clavina, espada e adaga e disparou um tiro contra José de Sousa Rebelo que estava com o auditor e lhe chamaram muitos nomes injuriosos. E o auditor-geral foi também ferido numa perna. "Foi necessário para aplacar o motim deixarem ficar o preso”. Em 13/05/1697, o perdão foi concedido às suplicantes contra pagamento de 10.000 réis a cada.