ENCYCLOPAEDIA of Rebellions

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Porto uprising 1757

Synopsis
A causa do motim foi a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1756, que entre outros privilégios, tinha o exclusivo da venda de vinho na cidade do Porto e reduziu o número de tabernas, implementando o pagamento de licenças para que pudessem abrir. Teria também o monopólio de exportação de vinhos, aguardentes e vinagres para o Brasil, negócio dominado nesta altura pelos mercadores instalados na cidade. A revolta não foi espontânea, e estava a ser preparada desde 1756. Aglomeraram-se mais de 1000 pessoas no motim contra todos os espaços e autoridades da Companhia e dos representantes régios na cidade, como o corregedor, o provedor, desembargadores da Relação. Resultaram vários feridos. A repressão foi muito violenta: ocupação militar (cerca de 3000 homens) por parte de um exército real na cidade, contra o seu privilégio, colocando-os a viver em casa de alguns dos acusados; julgamentos verbais ou sumários; proibição de ajuntamentos intra-muros; proibição de porte de armas; proibição de circulação nocturna; obrigatoriedade do uso de passaporte para entrar/sair da cidade; aumento do subsídio militar sob os contribuintes da cidade; substituição dos vereadores; levantamento noturno de forcas nos pontos da revolta; esquartejamento dos cadáveres dos alegados líderes da revolta e a sua exposição por vários dias; cabeças degoladas de participantes da revolta expostas sobre espetos nas portas da cidade. Só em 1770 a cidade recuperou alguma normalidade.
Additional info

Starting date: . Ending: . Duration: 1 month. Name in sources: Motim da Companhia ou Revolta dos Taberneiros. Location: Porto Country (current): Portugal. Monarchy: Portuguese. Main participants: Undifferentiated. Number of participants: >500. Main reasons & motivations: Economic. Leadership: Caetano Moreira da Silva, wine seller, and his wife Gertrudes Quitéria; António de Sequeira Teixeira, Marcos Varela (galego) and Mateus Francisco, wine merchants; Filipe Lopes de Araújo, leader of tavern owners; Tomás Pinto, member of the House of the 24; a sargeant. Relevance: high.

Further reading
SILVA, Francisco Ribeiro da (1990). Absolutismo esclarecido e intervenção popular. Os motins do Porto de 1757. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Cite this entry

(2023) "Porto uprising 1757", in J. V. Serrão and M. S. Cunha (coord), Rebellions in the Early Modern Iberian World. (accessed on ).